Quero ser psicóloga clínica, qual o mais indicado: Pós-graduação, Mestrado ou Doutorado?
Você já se perguntou se você deveria fazer uma pós graduação ou um mestrado? Você saberia dizer qual é a real diferença entre eles?
Quando nós entramos na graduação e estamos neste processo de formação, é muito comum que naqueles primeiros dias de aula, quando os professores estão se apresentando, você perca alguns minutos só para conseguir entender tudo que está contido ali naquele “mini currículo”. Pois é, a nossa primeira reação é quase sempre pensar em coisas do tipo “um dia quero ter metade desse currículo” ou se comparar de alguma maneira com a jornada do outro.
O grande problema é que não paramos para pensar qual é a relevância daqueles títulos para a nossa vida profissional e o que cada um deles vai representar no curso da nossa carreira. Afinal, será que todos são essenciais para alguém que quer ser psicólogo clínico? É isso que vamos ver na publicação de hoje.
Pós-Graduação
Vamos primeiro compreender os dois tipos de pós graduação que existem:
Stricto Sensu e Lato sensu
A grande diferença entre eles é que a pós-graduação Stricto Sensu (Mestrado, Doutorado, Pós Doutorado) é indicada para aqueles que têm o desejo de seguir carreira acadêmica e de pesquisa, tendo a possibilidade de ser professor de ensino superior, por exemplo.
A Pós-graduação Lato sensu, por outro lado, tem o seu foco no desenvolvimento do profissional para o mercado de trabalho, se especializando em alguma área específica. Isso consequentemente aumenta o domínio e a autoridade daquele profissional no que diz respeito a sua área de atuação. No caso de psicólogos clínicos podemos citar uma especialização na abordagem escolhida para a clínica, por exemplo, um psicólogo especialista em Terapia Cognitivo Comportamental.
Mestrado e Doutorado
Como mostramos acima, tanto o mestrado quanto o doutorado, também são considerados como uma pós-graduação estilo Stricto Sensu, para aqueles que têm desejo de seguir carreira acadêmica e de pesquisa.
A grande diferença entre esses dois é principalmente o tempo de duração que normalmente, o mestrado tem duração de 2 anos e o doutorado normalmente exige em média de 4 anos de dedicação. Além disso, vale a pena lembrar que cada instituição de ensino estabelece uma regra para o estudante que se interessa por essa área, por isso, nunca se esqueça de pesquisar e ler o edital.
A título de exemplo, algumas instituições exigem dedicação exclusiva à pesquisa, significando que durante aquele período, nenhum trabalho fora do mestrado ou do doutorado será aceito e você deve utilizar apenas o valor da bolsa – nem mesmo atendimentos na clínica.
Contudo, também existe uma outra diferença além do tempo de duração, que é a proposta acadêmica que é chamada de dissertação (caso seja um mestrado) e de tese (caso seja um doutorado). Na dissertação, o tema escolhido para reflexão é baseado em teorias que já existem, ela serve inclusive como uma forma de preparo para a tese.
Já aquele que deseja alcançar o título de Doutor, precisa necessariamente propor algo inovador para a academia. Diferente da dissertação, existe um aprofundamento muito maior no tema escolhido, normalmente pesquisa de campo e claro, um grau de complexidade elevado.
O MESTRADO PROFISSIONAL
Apesar do Mestrado ainda ser majoritariamente procurado por pessoas que desejam ingressar na área acadêmica e de pesquisa, de acordo com o Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) o número de mestrados profissionais triplicou entre 2007 e 2017.
O mestrado profissional, diferente do acadêmico, ele possui uma característica menos teórica e mais voltada para as necessidades e reais problemas do mercado de trabalho, o que possibilita um alto nível de qualificação do profissional. Mas, para este caso, é interessante que exista alguma experiência na área de trabalho para que haja maior aproveitamento dos conteúdos com professores e colegas.
O PHD é um Doutor?
Sim, na verdade o PHD é um tipo de doutorado. Para receber este título, o candidato deve ter terminado o doutorado e o PÓS DOUTORADO, ou seja, o título de PHD é a maior titulação acadêmica existente. Mas vale lembrar que para cada país o processo para conquistar esta titulação pode ser diferente.
O que diferencia uma especialização com uma instituição e uma formação?
É importante lembrar que, todo programa vinculado a uma universidade, seja ela pública ou privada, é também controlado pelo Ministério da Educação (MEC). E como são vinculadas com o ministério, precisa também seguir as suas diretrizes ( quantidade de horas/aula, grade que eles consideram adequadas, quantidade de prática, quantidade de aulas que devem ser cumpridas online e entre outros).
Os cursos de Formação são classificados como cursos livres. O profissional ou a instituição que oferece o Curso, tem a liberdade de escolher e definir o formato, a grade, a carga horária e o corpo docente sem se preocupar necessariamente com o que o MEC acredita ser o mais correto.
Isso é bom ou é ruim?
Depende muito. Um lado bom é que infelizmente nós sabemos que a realidade das universidades é ficar presa a essas diretrizes e não ter a liberdade de oferecer por exemplo, uma grade mais atualizada, cientificamente embasada e isso acaba atrasando o avanço dos alunos e alunas de graduação que precisam sempre correr muito por fora e fazer grandes investimentos para tapar o buraco deixado pelo processo de formação deles.
Mas também pode ser muito ruim se não houver um crivo e um senso crítico na hora de escolher em que instituição confiar para um curso de formação, por exemplo.
E afinal, qual é a melhor decisão para mim?
Depende dos seus objetivos. Por isso é importante que você invista, desde cedo, a explorar e se interessar pelas áreas de seu interesse para ajustar os seus objetivos e conseguir dar passos conscientes e inteligentes.
Se você tem vontade de somar como pesquisador e ter uma experiência em sala de aula como docente, o caminho do mestrado e do doutorado pode ser o ideal para você.
Se o seu foco é a prática clínica, o desenvolvimento das suas habilidades como profissional, talvez a melhor opção para você seja investir em uma formação, uma especialização, cursos de curta duração, congressos online/presenciais, até mesmo uma supervisão de caso clínico individual, grupos de estudos com temas do seu interesse e muito mais.
Mas lembre-se: é uma decisão importante, que demanda não só dinheiro, mas também tempo e muita dedicação.
